terça-feira, 18 de agosto de 2009

Asas

Bom dia, eu sou uma gaivota.

Sou igual a todas as outras que estás habituado a ver voar no céu, por isso o meu nome não interessa.

Sou daqueles animais que se desaparecessem do mundo ninguém notaria, a não ser talvez alguma alma mais sensível a estas coisas da natureza.

Vim falar contigo porque te conheço bem, vens aqui todos os dias olhar o mar.

Sentas-te naquela rocha que agora está coberta pela fúria das ondas e ficas aí horas …
Em que pensas? O que pensam os humanos quando ficam assim? Nos enganos do mundo?

Ficas um longo tempo em silêncio, mas eu ouço os teus gritos de fúria, os teus chamamentos, o teu amor.

Se tivesses asas como eu, podíamos ir os dois até lá e pelo caminho eu mostrar-te-ia como as distâncias são mais curtas e o mundo mais belo visto de cima.
É como Deus o vê e talvez seja por isso que aqui em baixo sofres.

Vamos.

Não deixes que o sol queime as tuas asas.

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